sábado, 30 de janeiro de 2010

Casos e dificuldades, na difícil mas recompensável tarefa nos Campos Missionários!

Observando as diversas culturas do mundo, vemos que cada povo tem sua própria idéia a respeito de um assunto qualquer. Cada povo considera sua idéia como universal e a única correta. Tomemos como exemplo a maneira de se vestir. Muitas vezes uma determinda vestimenta que, para um povo, encaixa-se totalmente nos seus conceitos de modéstia, para um outro povo é totalmente escandalosa.
Na ilha de Yap, os chefes da aldeia exigiram que as mulhures usassem saias até aos pés. Para eles, é chocante uma mulher mostrar qualquer parte das pernas, e uma brasileira que lá fosse com sua saia até os joelhos causaria muitos comentários!
Há muitas diferenças também nas atitudes dos povos em relação ao ato de amamentar os nenês. No Brasil, é aceitável a mãe descobrir o peito e dar de mamar em quase qualquer lugar. Nos Estados Unidos, isso não é aceitável.

Há muitos outros costumes que variam de povo para povo: Um missionário na Felipinas ficou zangado quando, ao receber algumas visitas, estas limparam, com os seus lenços, as cadeiras onde iam se sentar. Depois, à mesa, fizeram a mesma coisa com os pratos e os talheres. Para o missionário, aquilo era um grande insulto à capacidade da sua esposa de limpar a casa e lavar as louças! Mas, na realidade, a reação do missionário foi errada, pois aquelas atitudes demonstravam boas maneiras, segundo o costume daquele povo.
Nós pensamos que nossos costumes é que são certos, e rimo-nos dos costumes dos outros. É esquisito ver um chefe africano vestido orgulhosamente uma capa de frio que ganhou, onde o clima é sempre quente. Mas não achamos esquisito quando, num dia de muito calor, um pastor prega numa de nossas igrejas vestido de paletó e gravata - e suando muito!
Nossos costumes em outras partes do mundo podem ser considerados redículos e engraçados.
Certa missionária recebeu uma carta de sua irmã que morava nos Estados Unidos, perguntando-lhe" "Você tem ensinado a doutrina das roupas santificadas?" A missionária respondeu: "Minha querida irmã, temos sorte, porque, pelos menos, o povo daqui usa alguma roupa!"
Se não enterdemos as razões de determinadas costumes, não poderemos apreciá-los e muito menos aceitá-los. Por exemplo, na Tailândia, as mulheres não podem ocupar quartos do 1.º andar do hospital e os homens do térreo; isso significaria que as mulheres são superiores aos homens - coisa inaceitável naquela cultura. Também naquele país não se pode cruzar as pernas e mostrar a planta do pé para alguém; isso seria um grande insulto.
Diferenças assim podem causar sérias dificuldades. No Japão, é ética social curvar-se diante de uma pessoa para cumprimentá-la. Algumas vezes, missionários que foram ao Japão em campanhas evangelísticas pensaram que muitos japoneses estavam aceitando a Cristo, quando na realidade, devido ao seu modo de cumprimentar, estavam apenas sendo corteses para com eles.
NA China, as pessoas pensavam que os missionários louvavam as cadeiras, porque oravam ajoelhados de frente para elas.
Da mesma forma os índios Navajos, dos Estados Unidos, pensavam que os missionários louvavam o pinheiro de Natal por se preocuparem tanto em enfeitá-lo.

Muitas vezes saímos da nossa terra pensando que somos os melhores, que os nossos costumes é que são corretos. Julgamos as atividades dos outros, sem entender por que aquele povo está agindo daquela forma, e agimos conforme os nossos costumes, sem perceber como estamos sendo analisados por eles.
No ato de cumprimentar os homens americanos não apertam as mãos de todos. Mas eles estranham a maneira fria dos ingleses se cumprimentarem. Por outro lado, um brasileiro nos Estados Unidos ou na Inglaterra causaria espanto, por sua maneira calorosa de cumprimentar as pessoas. Também no Zimbábwe, um brasileiro nunca poderia pedir uma informação a um desconhecido, sem antes perguntar sobre a saúde da sua esposa e de seus filhos, como vão os negócios ou como está o clima. Na África do Sul uma brasileira poderia levar um susto quando, ao cumprimentar outra mulher, fosse beijada nos lábios. Na Rússia é pior ainda para quem não está acostumado, pois os homens é que se comprimentam beijando uns aos outros na boca!
Poderíamos, igualmente, causar estranheza a um Shiluk, do Sudão, se lhe oferecêssemos qualquer coisa sem usar as duas mãos (pois eles nunca usam só uma das mãos), ou se não pedíssemos licença para usar o caminho quando cruzássemos com outra pessoa.

Comunicação: vejamos alguns exemplos que mostram algumas dificuldades que poderemos enfrentar. Tomemos, principalmente, a palavra "coração". Falamos que sentimos tristeza, amor, alegria, etc., referindo-nos ao nosso coração. Isso para os Karré, na África, não tem sentido, pois as suas emoções são localizadas no fígado; para os conobos, da Guatemala, as emoções estão no abdômen, e para os habitantes da ilha Marshall, na garganta. Quando os habbe, da África, querem dizer que estão tristes, dizem: "Meu fígado está doente". E os seus vizinhos do norte, os bambara, referem-se à tristeza, dizendo: "Meu olho está preto".
Talvez sejam muito estranhas para o nosso ouvido as expressões acima descritas, mas há também o outro lado da moeda. Para os que estão nos ouvindo, soam também estranhas as expressões que usamos: "Estou morrendo de medo"; "Estou cheio de amargura"; "Meu coração está triste"; "Estou fervendo de raiva", etc.

Precisamos observar, analisar e entender a nova cultura:
Duas missionárias tiveram certa dificuldade no ínicio do seu trabalho numa tribo no México, porque costumavam tomar limonada junto com o café da manhã. Ninguém aceitou a mensagem delas até que elas descobriram que os membros daquela tribo criam que limonada é um anticoncepcional!
Eles pensavam que as missionárias solteiras eram mulheres de vida irregular por causa da limonada!

Mas , apesar das dificuldades, a nossa mensagem é o Evangelho, que é compreensível a todos. Por mais diversas que sejam as culturas e línguas, o Evangelho pode ser transmitido a todos, sem exceção.


Fonte: SEPAL - Serviço de Evangelização para a América Latina.
http://sepal.org.br

2 comentários:

  1. Olá graça e paz. Passando para conhecer seu espaço, parabéns pelo conteúdo. No seu artigo vc foca missões, evangelismo e sabemos que hoje infelizmente a visão da igreja está pouco voltada para o clamor do mundo. Sabemos que o que está no coração de Deus é missões, porém nossa visão ainda está tão miope,vivemos tão presos no nosso mundinho egoista que nos faz ficarmos alheios ao que está acontecendo fora das nossas fronteiras. Meu desejo é que haja um despertar em nós e sejamos mais autruistas com relação ao que está no coração do nosso Pai. Se quiser nos visitar será uma alegria.
    blogdamulhercrist.blogspot.com

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  2. Graça e paz, Ana Claudia!
    Meus agradecimentos!
    É uma honra um comentário tão expressivo como o seu!
    Realmente e infelismente, ficarmos presos só no nosso mundo, não é o que está no coração do nosso Pai. Aqueles que por algum motivo não possam atuar em campos missionários, além de muitas orações, devemos ajudar o maximo possivél com os nossos recursos também nesta área tão necessitada!
    Com certeza, Deus se agradará e abençoará grandemente!
    Paz seja contigo, amada em Cristo!

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