terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sermão do Monte (quem são os ouvintes?)

Nos termos do mundo, para ser feliz a pessoa tem de procurar seus próprios direitos, buscar realização pessoal a todo custo, sem pensar em quem pisa para obter seus objetivos e felicidade. Mas Cristo, neste texto do Sermão, mostra que a verdadeira felicidade é bem diferente. Seu padrão de vida para os discípulos e os demais ouvintes, entra em choque com os padrões do mundo.

No início do Sermão do Monte, nota-se que, depois que Jesus se assentou, "aproximaram-se os seus discípulos e ele passou a ensiná-los" (Mt 5:1,2). Esta afirmação parece excluir todos os demais. Entretanto, no fim do sermão lemos que "estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina" (Mt 7:28). Isto não teria acontecido se elas não estivessem presentes.

1. Seus discípulos
Jesus começou Seu ensino dirigindo as palavras a Seus discípulos. Jesus quis desafiá-los em relação ao seu estilo de vida, sua dedicação exclusiva ao serviço do Reino. Não há dúvida que Jesus tinha inicialmente os discípulos como alvo de Seu ensino. No Evangelho de Lucas, o Sermão do Monte segue imediatamente depois da escolha dos Doze (Lc 6:13-26). Por causa disso os comentaristas têm chamado o sermão de "O sermão de ordenação aos Doze", "O compêndio de doutrina cristã", "A Magna Carta do Reino". Essencialmente Jesus estava ensinando as qualidades que devem caracterizar todos os Seus discípulos ... cada cidadão do Reino de Deus.
Uma frase que aparece em Mt 6:8 enfatiza esta verdade - "Não vos assemelheis pois a eles". No contexto Jesus estava ensinando sobre oração, fazendo uma comparação com os fariseus. Os verdadeiros discípulos tinham de ser diferentes daqueles que estavam fora do Reino - diferentes dos pagãos que não queriam ter nada com o Evangelho, mas diferentes também dos cristões nominais, dos hipócritas religiosos, diferentes daquelas pessoas que Paulo descreve em 2 Tm 3:5 - "tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder".
As bem-aventuranças não são uma série de regulamentos que uma pessoa deve obedecer para se tornar um cristão, mas uma descrição de como uma pessoa cristã deve viver.

2. As multidões

Não há dúvida que as multidões viram Jesus subindo ao monte (Mt 5:1), e pouco a pouco aproximaram-se a Jesus. Enquanto o Sermão visava primeiramente aos discípulos, Jesus ampliou Seu ensino para todos. O discurso de Jesus inclui o tipo de desafio que esperamos no fim de um sermão evangelístico - "Entrem pela porta estreita, pois é larga e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos que entram por ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram" (Mt 7:13,14).

A primeira palavra do sermão, "Bem aventurados", que seria repetida mais sete vezes neste texto, chamaria a atenção dos ouvintes. A palavra bem-aventurados descreve aquela alegria de quem é completamente independente das coisas externas da vida. "A vossa alegria ninguém poderá tirar" (Jo 16:22). As bem-aventuranças do cristão são intocáveis.

Bem-aventurança é algo que somente Deus pode dar - Sl 144:15
Bem-aventurança é um estado que Deus deseja que Seu povo gose
- Gn 1:27,28; Nm 6:24-26
Bem-aventurança não depende das circustâncias
- Fp 4:10,11; 2 Co 7:4; 2 Co 12:10
Bem-aventurança é relacionada com obediência à Palavra de Deus
- Lc 11:27,28; Sl 1:1

"...Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha..." (Mt 7:24).

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