quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Os juramentos

I - Os Juramentos e os antigos
"Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás rigorosamente com o Senhor os teus juramentos" (Mt 5:33)
A prática de fazer juramentos vem dos tempos mais remotos (Gn 14:22,23). Essa foi a maneira encontrada de garantir a palavra do homem (Hb 6:16). O uso de juramentos era feito na confirmação de pactos (Gn 26:28; 1 Sm 20:16,17), em decisões nos tribunais (Êx 22:10,11), na obrigação de realizar os deveres sagrados (Nm 30:2; 2 Cr 15:14,15; Ne 10:29; Sl 132:1-5), e em muitas outras circunstâncias.

1. Os juramentos não foram ordenados, mas permitido
Mesmo não sendo diretamente ordenados, os juramentos eram permitidos, responsabilizando assim quem deles se utilizava (Gn 24:2,3,9; 28:20-22; Nm 30:2; Dt 23:21; 2 Cr 6:22,23; Ed 10:5; Ne 5:12; Jr 4:2).

2. Os juramentos muitas vezes eram precipitados
"Devemos pensar bem antes de prometer alguma coisa a Deus, pois nós poderemos se arrepender depois" (Pv 20:25 - BLH).

A Bíblia mostra vários exemplos de pessoas que se precipitaram em seus juramentos, como Esaú (Gn 25:33), Josué (Js 9:15,16), Jefté (Jz 11:30-36), Saul (1 Sm 14:27,44), Herodes (Mt 14:7-9), e os judeus que queriam matar Paulo (At 23:21)

3. Os juramentos exigiam cumprimento
Ninguém era obrigado a jurar ou fazer votos, mas se obrigava a cumprir quando os fazia (Dt 23:21-23; Sl 50:14; 61:8; 66:13,14; Ec 5:4-6; Ez 17:11-21). Usar nos juramentos expressões como "Juro pelo Senhor" (2 Sm 19:7), "Tão certo como vive Deus" (2 Sm 2:27), "tomo a Deus por testemunha" (2 Co 1:23), e depois deixar de cumprir o voto, era questionar a realidade da própria existência de Deus.

O Antigo Testamento empregava o juramento para combater a mentira; mas isso não impedia de que ela se infiltrasse pela prática do perjúrio.

II - Os juramentos e Jesus
"Eu, porem, vos digo: De modo algum jureis" (Mt 5:34)No Sermão do Monte, Jesus condena os juramentos falsos ou perjúrios (Êx 20:7; Lv 19:12) e a distorção farisaica de querer limitar o cumprimento dos votos. Diziam que apenas os juramentos que incluíam o nome de Deus se tornavam obrigatórios. Jesus disse que não há como evitar referência a Deus, mesmo que não se mencione diretamente Seu nome (Mt 5:34-36; 23:16-22). Ao contrário de contradizer o ensino do Antigo Testamento, Ele apresenta um modelo mais excelente para o cristão.

Se um juramento exige toda a verdade naquilo que se fala, isso pressupõe que na conversação diária há bastante mentira. Jesus ensina que não apenas aquilo que se diz sob juramento, mas certamente a totalidade do que falamos é proferida na presença do Deus que tudo conhece.

III - Os juramentos e o Cristão
"Seja, porém, a tua palavra: sim, sim; não, não. O que disto passar, vem do maligno" (Mt 5: 37)
O que Jesus nos pede nesse versículo é que nossa palavra seja sincera e normal, pois todo e qualquer exagero já constitui uma mentira. Devemos falar sempre como quem vive na presença de Deus, tendo em Jesus o exemplo de quem falou sempre a verdade ( 1Pe 2:22).
O cristão não deve recorrer a juramentos para receber credibilidade, mas deve ter uma palavra tão confiável como se fosse um juramento. O que passar do sim, sim e do não, não, será produto da maldade de nossa natureza caída, como também influência do maligno, que é "o pai da mentira" (Jo 8:44).Jesus nos ensina que a qualidade de vida do cristão deve exceder em muito a dos religiosos fariseus. Essa diferença, entre outras coisas, se manifesta naquilo que falamos, mostrando assim que a mudança é de dentro para fora. Ele mesmo disse: "A boca fala do que está cheio o coração" (Mt 12:34). Tudo o que falamos deve ser verdadeiro e confiável, refletindo tão somente o sentido daquilo que se quer dizer. Para isso, não se faz necessário jurar para autenticar a palavra dita, pois o caráter do cristão dispensa tal recurso.

3 comentários:

  1. poxa!! que maravilha saber que tem gente interessada na causa do Evangelho na "net". seu comentário sobre "juramento" me ajudou muito. desde já, quero deixar aqui meus mais sinceros afetos pela ajuda...

    soli deos gloria!!!

    ResponderExcluir
  2. gostei da lucidez do texto, muito esclarecedora.
    Obrigada

    ResponderExcluir
  3. Como é bom termos estudiosos que se preocupam em estudar a palavra de Deus! Realmente este texto me ajudou muito. Muito obrigada.

    ResponderExcluir